O título do post faz uma alusão ao termo fast-fashion, que se refere a redes de varejo de moda que possuem um estoque reduzido com lançamentos de novos produtos rapidamente no mercado através da copia de modelos das grandes grifes e principais tendências da moda mundial cobrando preços bem menores. O conceito diluído no usável pode, agora, ser acessível a todos.
Não, ainda não existe uma montadora de automóveis capaz de tal feito – ainda bem, já imaginou um modelo novo de carro a cada 15 dias e pessoas consumindo na mesma proporção: CAOS. O ponto no qual pretendo chegar passa exatamente sobre a reta que tange a ideia do “acessível”. Desconsiderando os preços absurdos, risórios e injustos praticados pela indústria automobilística no Brasil – parcela de culpa da taxa tributária – vivemos em uma nova era. Tudo bem que há três anos se imaginava que as gigantes do Uncle Sam FORD, GM e CHRYSLER estariam em um ferro velho quando a crise esvaziou seus tanques e os norte-americanos começaram a consumir carros menores e menos gastões. Fato que não é de todo correto hoje, visto que, o mercado norte-americano começou a consumir, novamente, os famosos beberrões – não vamos nos assustar, nada como o titio [Paul] Krugman para nos explicar que as crises são cíclicas [leia A crise de 2008 e a Economia da Depressão].
A verdade é que o gigante não mais adormecido, vulgo CHINA – tudo bem que a Índia também faz a lição de casa, o Tata Nano é um exemplo – chegou chegando e resolveu sambar também! Voltemos algumas décadas no tempo, essa história está a se repetir: Japão e just in time dizem algo? Pois bem. Como quase tudo que vem Made in China surge como cópia, ora bem feita ora bem capenga com os carros não ocorre o oposto. Algo bom ou ruim? Bem, acho extremamente saudável copiar o que é bom em determinados momentos.
Voltemos para a questão do fast-fashion na moda: as grandes grifes lançam coleções e tendências com o intuito de venderem sonhos, belezas e um estilo de vida, mas nem todas as pessoas são capazes de consumir ao preço que se cobra em uma etiqueta a la Made in Italy. Acontece que redes de varejo como ZARA, H&M, Topshop e C&A, por exemplo, disponibilizam para o mercado modelos [e tendências] que são copias das grifes maiores a um preço acessível. Dessa maneira, “pessoas comuns” tem acesso à informação de moda, roupa bonita, qualidade aceitável a um preço justo – claro que no Brasil isso nem sempre funciona, mas na Europa a maiorias das pessoas está sempre bem elegante e bem vestida com roupas das redes de fast-fashion [videlookbook.ru] – ok, as vezes até iguais demais, assumo!
Agora pare e pense: quem não acha, no mínimo “fofo” um Mini Cooper. Agora quem acha fofo o preço dele? [nadinha por menos de R$80 mil] Pois, conheça o Lifan 320, o quase clone do Mini Cooper. Claro que nem todos os carros chineses são cópias, mas o que está em jogo aqui é tornar a informação de design popular. Confuso? Explicarei: nem todo mundo pode pagar por um belo sedã com design alemão ou italiano, mas não é por isso que tem que ficar com AS PORCARIAS ESTÉTICAS como Celtas, Ágiles, Milles [design italiano, mas COMPLETAMENTE, defasado] e afins.
Então, vamos de carros chineses mesmo! Não, não, mas tem carros populares com design atraente: o Novo Uno, uma proposta nova e muito bem agradável. Ok, por R$28 mil você leva: um Novo Uno, PONTO. Sem desembaçador traseiro, ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, rádio, computador de bordo, airbag e ABS. Vejamos agora: o Lifan 320 traz no pacote de equipamentos de série: airbag para o motorista e para o passageiro, ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros e traseiros, freios com assistência ABS e EBD, rádio AM/FM com entrada para auxiliar e travamento automático das portas. Só isso por R$29980,00. Com o mesmo números de equipamentos, tirando o EBD, que não possui nem como opcional, o Novo UNO na configuração 1.0 salta para R$35991,00. Uma diferença de pouco mais de R$6 mil. Parece pequena, mas quem procura um carro popular como primeiro carro sente no bolso a diferença! Dá pra bancar dois anos de seguro, por exemplo.
De conhecimento de alguns e usado muitas vezes como artifício para a venda dos carros chineses, o design de muitos passam pelas mãos de estúdios Italianos a fim de apresentar um automóvel mais aceitável esteticamente pelo mercado, valendo-se de fórmulas já testadas em muitos carros das montadoras mais tradicionais.
A verdade, é que eles chegaram para ficar. A qualidade ainda pode ser duvidável, mas que apenas o tempo pode responder e resolver. O sonho de consumo do consumidor comum pode ser atendido, um automóvel com cara de carro Alemão e equipado como muito sedã premium não é (alguém falou em Honda City? Opa, eu não, imagina!) está, agora, mais próximo da realidade da nova classe média que cresce no mundinho dos países em desenvolvimento.
O lado bom? Ninguém mais será obrigado a comprar um carro horroroso livre dos equipamentos mais simples de série por falta de opções no mercado. As grandes montadoras, enfim, parecem acordar e estão dispostas a nivelar seus preços próximos aos Chineses. O lado ruim? Mais automóveis nas ruas torna-se um caos para o trânsito e as leis tão falhas e burras desse país tupiniquim permitem a produção de combustíveis de baixa qualidade e emissões de mais tóxicos na atmosfera. Nem tudo está perdido, os Chineses também caminham rumo ao desenvolvimento e comercialização dos carros elétricos.
A briga será boa e tudo indica que será bem fast!
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